Na última quarta-feira (16), o Grêmio foi eliminado da semifinal da Copa do Brasil. Na derrota por 1 a 0 para o Flamengo no Maracanã, o Tricolor sofreu um gol de pênalti que revoltou a torcida gremista pela falta de critério da arbitragem brasileira.

Durante o confronto no Rio de Janeiro, o jogador flamenguista Léo Pereira cabeceou e a bola resvalou na mão do zagueiro gremista Rodrigo Ely. Com auxílio do VAR, o árbitro Braulio da Silva Machado assinalou a penalidade.

Após o apito final, Bruno Alves reclamou da marcação e comparou a jogada com um lance contra o Bahia, também na Copa do Brasil, quando não foi marcado pênalti.

"Estávamos fazendo um grande jogo, competitivo, juiz marcou um pênalti desse. Só queria entender por que, contra o Bahia nas quartas de final, foi o mesmo lance que o Bruno Uvini cabeceia, não deram pênalti. Era o mesmo lance, é só comparar", disparou Bruno Alves.

Diori Vasconcelos, "especialista" em arbitragem da Rádio Gaúcha, afirmou que o juiz da partida e o VAR agiram corretamente. Diferentemente de lances parecidos nesta temporada para o Grêmio, o profissional disse ter sido pênalti.

"Léo Pereira cabeceia e o Rodrigo Ely está com o braço aberto, em uma ação de bloqueio. O jogador do Grêmio acaba bloqueando a bola. Foi pênalti. O braço do Rodrigo Ely está muito aberto e o pênalti foi claro".

Bahia 1x1 Grêmio - Copa do Brasil (04/07)

Aos 21 minutos do segundo tempo, com vitória parcial do Bahia por 1 a 0, Bruno Uvini cabeceou dentro da área e a bola bateu no braço do volante Rezende. Os jogadores gremistas reclamaram com Ramon Abatti, que chegou a ouvir o auxiliar de vídeo, mas nada foi marcado. O árbitro sequer precisou rever a imagem.

O comentarista de GZH concordou com a marcação e afirmou na jornada da Rádio Gaúcha que não havia sido pênalti.

"Analisando o lance, considero que a decisão da arbitragem foi correta. A infração não ocorreu porque Rezende estava claramente em uma ação de disputa e não em uma ação de bloqueio. O volante do Bahia salta para tentar o cabeceio, estende o braço e estabelece um contato com Bruno Uvini. O jogador do Grêmio cabeceia na direção do braço do adversário, que estava muito próximo da bola. É claro que esse tipo de lance sempre causará intenso debate por se tratar de uma decisão interpretativa, conforme estabelece a regra 12, sobre mão na bola".

A regra 12, na íntegra: "Tocar na bola com sua mão ou seu braço quando estes ampliarem o corpo do jogador de maneira antinatural. Considera-se que um jogador amplia seu corpo de forma antinatural quando a posição de sua mão ou seu braço não for consequência do movimento do corpo nessa ação específica ou não puder ser justificada por esse movimento. Ao colocar a mão ou o braço nessa posição, o jogador assume o risco de que a bola acerte essa parte de seu corpo e de que isso constitua uma infração."

A ex-árbitra de futebol e atual comentarista do SBT, Nadine Bastos, destacou que deveria ter sido marcado penalidade máxima para o Tricolor. "A bola bate no braço do Rezende, que está muito aberto. Ele amplia o espaço corporal e bloqueia a passagem da bola. O pênalti deveria ter sido marcado".

Flamengo 3x0 Grêmio - Campeonato Brasileiro (11/06)

Aos 37 minutos do segundo tempo, em jogada de escanteio, o zagueiro Bruno Uvini cabeceou uma bola que bateu no braço do flamenguista Fabrício Bruno. Os jogadores gremistas reclamaram com Sávio Pereira Sampaio, que sequer foi chamado pelo VAR para conferir o lance.

Para Diori Vasconcelos, o árbitro da partida acertou na decisão de não dar pênalti e o afirmou que o Grêmio protestou sem ter razão. "O jogo estava muito bom e a arbitragem não atrapalhou. O lance de maior polêmica foi quando a bola bateu no braço do Fabrício Bruno dentro da área. Um desvio de cabeça e o Fabrício Bruno está em posição de disputa, natural, braço em posição normal. Ele não está fazendo ação de bloqueio e o braço está praticamente colado ao corpo, do lado da coxa. A bola joga o braço para trás. Lance totalmente inesperado, acidental. Acerto da arbitragem, que não passa por esse resultado do Flamengo".

Grêmio 0x0 Fortaleza - Campeonato Brasileiro (14/05)

No último lance do primeiro tempo, em uma bola levantada na área do Fortaleza, o zagueiro Titi cabeceou e a bola bateu no braço de Lucas Sasha. Entretanto, após rápida revisão do VAR, o árbitro Bruno Mota Correia decidiu encerrar o primeiro tempo sem marcar a penalidade.

Durante a programação da CBF TV, Wilson Seneme, que é presidente da comissão de arbitragem, explicou o motivo da não marcação. De acordo com ele, o companheiro do mesmo time jogou a bola no braço do outro. Assim, essa situação não é considerada como uma infração e a penalidade não deve ser assinalada.

"Mais um caso do famoso fogo amigo, quando um jogador de uma equipe joga a bola no braço de um companheiro. O defensor do Fortaleza quis tirar a bola para fora da área e aí o jogador companheiro, que está de costas, recebe o impacto da bola sem absoluta intenção ou qualquer movimento antinatural. Ninguém salta com os braços para baixo, todo mundo salta com o braço aberto. O lance não tem nenhum contexto para sancionar uma infração", detalhou Seneme.

Diori Vasconcelos, participou do programa Bola nas Costas da Rádio Atlântida, e expressou sua opinião sobre o lance na Arena. Mais uma vez, o "especialista" em arbitragem não viu pênalti contra o Grêmio.

"Eu respeito todas as opiniões e não considero pênalti. Não marcaria pênalti neste lance, por três motivos simples. Primeiro motivo, o jogador que toca na bola com o braço, está saltando, caindo e tendo movimento natural com o braço, natural de disputa. Segundo ponto, a bola cruzada é cabeceada na direção de sair da área por um defensor do Fortaleza. E o terceiro motivo, qual é o ganho tático que um jogador vai meter o braço para impedir que adversário afasta a bola para fora da área?".